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quarta-feira, junho 29, 2011



Alberto Caeiro

Quando Vier a Primavera

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

 

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

terça-feira, junho 28, 2011

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais


domingo, junho 26, 2011




Apesar dos 75 milhões de discos vendidos, Beyoncé não me agrada particularmente, aliás a personagem que cria em palco contrasta com a sua normalidade. O seu sucesso deve-se à sua verdade...
Beyoncé é das raras celebridades a quem não se pode apontar um escândalo.

Próximo álbum sai amanhã:



Podemos vê-la em todas as vertentes, a última é a minha preferida:





É na essência que reside a diferença.

sexta-feira, junho 24, 2011

Tous genre confondus

Os gritos da tenista Sharapova chegam a atingir os 110 decibéis.

 Mas como evitá-los?





A única crítica é a gargalhada.

(Eça de Queirós)


The Roller Man

 A ver...


A temperatura vai subir 15 graus de um dia para o outro (de hoje para amanhã).




   Nos próximos três dias, só não vamos estar perante um calor muito forte porque a temperatura durante a noite baixa. Terça-feira voltamos a ter uma descida da temperatura e na sexta volta o calor.

Bye Peter

quinta-feira, junho 23, 2011



Jean Marie Masse, um apaixonado de jazz!

90 anos são poucos para se viver uma paixão! A prova é vê-lo a dançar ao som do jazz.


Há 11 milhões de milionários, ao todo no mundo (sobretudo na Ásia), em quase 7 biliões de pessoas.


A terra é um planeta pobre.

terça-feira, junho 21, 2011

Tous genre confondus




A beleza é uma promessa de felicidade.

(Stendhal)

Um antropólogo português que foi entrevistado no Perú, à pergunta:

- Não pensa voltar a Portugal?

Respondeu:

- Morto!



Se me levarem..

É mais difícil desintegrar uma crença que um átomo.

(Einstein)

 Os livros da Biblioteca Particular de Fernando Pessoa estão
disponíveis gratuitamente online desde ontem à tarde no site da Casa
Fernando Pessoa.
Até agora, só uma visita à Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, permitia
consultar este acervo que é "riquíssimo", mas com o site, bilingue
(português e inglês, e disponível em :

http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/

com uma ligação à Internet é possível consultar, página a página, os
cerca de 1140 volumes da biblioteca, mais as anotações - incluindo
poemas - que Fernando Pessoa foi fazendo nas páginas dos livros.

Óptimo:

http://uwall.tv/

segunda-feira, junho 20, 2011

Um homem contorcionista escondido numa mala, durante o percurso do aeroporto de Barcelona até ao centro, saía do seu esconderijo e aproveitava para recolher, no porta-bagagem da camioneta, o mais interessante de cada mala alheia e, à saída, o cúmplice vinha buscar não só a mala onde o larápio estava escondido como também a mala composta com o material seleccionado durante a viagem.

Foram apanhados.
O canadiano Chilly Gonzales propõe um rap sobre uma melodia clássica.

http://youtu.be/GT10u7Y2jIE

Não gosto.

domingo, junho 19, 2011

Clitoris!



O Verão aproxima-se bem como o sol e o mar. Falemos de sexo. Espero que não se incomode.

O homem é uma maldição:

- não lava a louça

-  não dá por nada quando perdemos 800 gramas, depois de três meses de regime, a comer apenas uma tablete de chocolate por dia

- olha-nos para os mamilos com um ar viciado

- dá-nos duas bofetadas porque o rôti se queimou

Claro está, depois de nos ter previamente violado.

 E como se não bastasse,  continua a não saber o que é o clitoris e muito menos onde se encontra.

Quando comecei a escrever esta crónica hesitei muito entre intitulá-la Clitoris ou Violação Conjugal.

Não podemos conciliar? (é uma brincadeira, juro).

Sabei, portanto, minhas senhoras, que quando os vossos queridos se apresentam apressados, em vez de se deixarem guiar pela sedução e agradabilidade, faça queixa. Pode fazê-lo, e o seu amado pode ter que enfrentar um juiz de instrução e o júri popular.

Nada disto seria necessário se o seu noivo ousasse o clito.

Este órgão essencial do prazer feminino é frequentemente esquecido, negado e até mutilado.

Em suma, é negligenciado o facto de que as sexualidades da mulher são múltiplas e que podem ser vividas para lá de toda a procriação e, sobretudo, não serem forçosamente complementares das sexualidades masculinas.

Quando uma mulher diz não, é não. Eu digo não !




Élisabeth Lévy


A minha mulher e eu acreditámos que estávamos apaixonados,

 mas felizmente era  falso alarme.

Woody Allen

sábado, junho 18, 2011

Amazing!



   Magnífico o filme reaalizado por Frabice Hourlier sobre o destino de Roma desde o ano 44 até 31 aC.
Nem quis acreditei quando comecei a ver o filme e me deparo com todos os actores a falar latim, durante todo o filme e, ainda por cima, o latim da época. Nunca tinha visto tal.
   Depois, no making of, ficamos a saber que todo o filme é feito em estúdio com um fundo verde, utilizando a tecnologia numérica, entre outras...



http://www.arte.tv/fr/Comprendre-le-monde/Programmation-Rome---les-documentaires/3936784.html

sexta-feira, junho 17, 2011

    Até à data, Marinho Pinto merece todo o meu respeito. Tem exactamente a mesma noção de justiça do que eu. Foi o primeiro que encontrei a fazer justiça à noção que tenho de justiça e que devia ser só uma. Muito me regozijo. Já o vi com toda a classe a contrariar aqueles advogados que defendem os colegas mesmo que saibam que o conveniente culpado é inocente. Brada aos céus!!!


    Obrigada Dr.


terça-feira, junho 14, 2011

Ainda a propósito do caso DSK/Nafissatou Diallo...imperdível!

Marc Bonnant, o prestigiado advogado francês, diz humoristicamente o seguinte:

DSK dar-se-á como não culpado e, portanto, é inocente. Ser-nos-ia insuportável saber que a figura emblemática da esquerda moral, antiracista e antisexista, tivesse violentado sexualmente uma imigrante negra, pobre e subalterna.

Vou cometer uma indiscrição:

Os apontamentos momentaneamente perdidos de alguns advogados permitem-me poder dizer o que se vai passar a seguir. Voici:

Primeiro passo da defesa: os factos nunca aconteceram. A ideia é provar que à hora que Nafissatou  (o nome da empregada de quarto), diz ter sido violentada, DSK não estaria já no quarto de hotel, mas a tomar o pequeno-almoço com a filha, cujo alibi é indiscutível. É certo que ele foi visto a sair precipitadamente do quarto, mas unicamente porque estava atrasado e não queria deixar de cumprir o seu compromisso. Também é verdade que existiam traços de sperma ( a forma latina, sempre é mais agradável, digo eu), na carpete, mas não são datáveis. Tratar-se-ia provavelmente de uma ejaculação da véspera. É verdade, também, que a roupa de Nafissatou estava manchada, mas foi ao limpar o chão que ela se sujou. Quem sabe se a pressuposta vítima não terá uma falsa identidade? E como acreditar na palavra daquela que enganou toda administração americana? A vítima é uma outra pessoa. E a outra pessoa não fez queixa.

(Cada vez entendo melhor a arte do direito penal).

Segundo passo da defesa: Houve tentativa de violação, mas quem foi a vítima foi Dominique Strauss-Kann. Repare-se na sua cara, ela diz do seu traumatismo. Escute-se o seu silêncio, sintomático da palavra bloqueada dos humilhados. O desenrolar dos factos é certo e sabido que se passou da seguinte forma:
DSK saíu do duche com o lençol de banho posto imperialmente. Nafissatou entra no quarto. O que é que ela fazia lá, violando o regulamento que interdicta todo o pessoal de entrar sozinho numa suite VIP? Infringir as regras não dirá da sua real intenção? Apanhado de surpresa, o toalhão de DSK caíu, mostrando à jovem guineense, o corpo pornocrata de Marcus Aurelius Antoninus. Não se tratou de uma questão física, mas cultural, pois todo o francês se levanta face a uma mulher. É uma tradição do amor cortês. A modéstia do apêndice observado contrasta com a sua iconografia africana, mas repentinamente ela é dominada pela tentação de experimentar o homem branco. Os africanos também têm o gosto pelo exótico. Um violento desejo apodera-se dela. Ela precipita-se sobre ele. Ele fá-la recuar. No seu ataque, ela arranha-o. DSK cai. Eis a explicação para as arranhadelas e os hematomas encontrados. DSK foge, mas a sua agressora tinha tido o cuidado de fechar à chave a porta do quarto...

segunda-feira, junho 13, 2011

A tal história de amor...

    As portas do portão     abriram-se de par em par. Um casa antiga magnífica aparecia de frente. À esquerda, outras duas casas, que em tempos idos tinham sido outra coisa, convidavam-me a entrar. Os jardins de agora foram as cavalariças de outrora e a vista para o lago, essa, mantinha-se como desde a construção daquela propriedade, naquele terreno. Numa parte do jardim podia ver-se uma biblioteca óasis



 que funcionava como um SPA de meditação lisível.

  Comecei por ser recebida com um largo sorriso, imprescindível para que tudo se iniciasse com o coração.

  Depois, ao mesmo tempo que um Porto me ia adocicando os lábios, uma mesa ao ar livre numa área de 800 m de comprimento e dez de largura ( quanto baste ), esperava-me para provar, como entrada, umas pataniscas à moda brasileira.

  Num ambiente descontraído, como se desejava, passei à área do jardim destinada às flores e às árvores de fruto.
1500 m2 chegaram para se entrar no paraíso  !

 Logo à entrada, apareciam umas flores  amarelas magníficas, cujo nome não me lembro, agora.

  Quem me conhece sabe que aquilo que digo sai sempre do coração. Mas as pessoas em causa nada sabiam de mim...

  Assim que entrei (relembro que as flores se destacavam logo nos primeiros passos da entrada), disse:

 - Lindíssimas!!! São lindíssimas!

   Há uma verdade intrínseca ao falar-se com o coração e quem o tem também o sente. E quando há sintonia, aquilo que se ouve tem um impacto gigantesco. Ecoa numa multiplicidade de vibrações.

   Passámos às flores, plantas e árvores de fruto seguintes. Elas eram dálias, gipsofila, alfaces, nogueiras, entre muitas outras. Também havia muitas plantas para fazer chás maravilhosos. A uma dada altura, cruzámo-nos com uma groselheira da qual a senhora tira um galhinho, dizendo:
  - Pode comer à vontade, não têm qualquer produto químico.
     Assim fiz. Eram celestiais!

   Eu estava perfeitamente encantada, mas sei que para muitos, ainda nada se tinha passado.

   De seguida, toda a área verdejante com vista para o lago, que me esperava, era de cortar a respiração

.

 Um paraíso no meio da cidade, como se me tivesse afastado quilómetros da região. No entanto, não. Saí do trabalho e andei apenas umas paragens de autocarro. A prova comprovada de que os refúgios existem quando há bom gosto e savoir faire.

  O jantar estava desejoso que nos sentássemos. Fizemos-lhe a vontade. Pontaria das pontarias, um dos meus pratos favoritos: costeletas de borrego com batatinhas ali da terra e legumes.

   Divinal!

O prazer da comunicação ia alternando com o prazer da degustação. A acompanhar, uma reserva de 2003, Los Condes. Palavras para quê, tratava-se de um bom vinho tinto espanhol.

Curiosamente, nunca bebo água à refeição, mas da forma como a pergunta foi formulada, rapidamente respondi sim.

- Quer água das pedras (o que na prática significa, água com gás) ? É Perrier.

Devo dizer que se há águas com gás que eu adoro, é a Perrier. Como é que pode haver quem diga que são todas iguais...(?).

  Adelante.

Durante o jantar, em conversa, fiz referência à minha idade. O casal respondeu que ambos eram de 1964. E ficámos por ali...

 A alface fresquinha ia desintoxicando o fígado, embora todo o ambiente envolvente garantisse a cura.

 Para sobremesa, um fondant au chocolat.

 .

Muito, muito bem confeccionado!

Para terminar, um chá digestivo  feito de plantas raptadas no jardim.

Na hora da despedida e, após tão generosa recepção, preparava-me para agradecer o carinhoso e saudável acolhimento, quando fui convidada a seguir a matriarca da família.

Sem nada dizer, dirigiu-se às flores amarelas, àquelas que se encontravam a uns passos da entrada, e cortou uma, duas, três...várias. Fez um arranjo lindíssimo, colocando uma verdura pelo meio e deu-mo da forma mais natural e linda que possa existir, apenas acrescentando:

- Duram muito...

 Ao mesmo tempo, o marido trazia duas alfaces perfeitas que pareciam ter sido  tiradas de uma obra de arte de preço inestimável.

 Enquanto isto, o chá ainda não tinha sido completamente bebido. Ao passar pelo jardim, de chávena na mão, mais uma folha de chá foi retirada da planta que nos provocou à passagem e colocada directamente na chávena para que o sabor se mantivesse jovial.

Claro está que parte desse cheiro e sabor foi-me oferecido, materializado numa mão cheia de chá que foi posta nas minhas mãos como quem nos dá a mão. Puro amor.



 E ainda de dia, embora já fossem 22h30, convencida de que havia limites para tudo, coloquei a minha mala à tiracolo para ir para casa, quando a senhora me disse:

 - Ainda não viu a casa. Vamos lá a cima.

Depois da casa ter sido apresentada, na última divisão, esperava-me uma prenda. Imagine-se!

O que realmente me impressiona é a sedução da arte de bem receber que é apanágio de uma minoria. E, então, bem receber com amor é, indubitavelmente, uma raridade. Nada deixaria supor que, lá em cima, eu não veria só a casa, mas que iria, também, ser presenteada. Aliás, mais uma vez.

A minha prenda desceu comigo. As flores num ramo imenso esperavam impacientes para fazer a sua primeira viagem fora de portas. Num outro saco, duas obras primas: as alfaces.

A senhora lembrava-se do quanto eu tinha gostado das pataniscas e enquanto acomodava umas quantas que me deliciariam mais tarde, o marido desceu as escadas:

- Sei que gostou do vinho. Tem aqui outra igual.

  À despedida, no beijo final, as últimas palavras foram:

   Vamos repetir...


Tenha que idade tiver, O  AMOR surpreender-me-á SEMPRE!


Em casa, tenho três jarras com flores amarelas que todos os dias me sorriem.
São exactamente 50.

sábado, junho 11, 2011

Neste momento, encontro-me aqui:



Já tinha, inclusive, escrito um bom bocado da tal "história de amor" e já estava tão bem e tão adiantado...

Desapareceu!

 Resta saber se a coragem ainda volta hoje.

terça-feira, junho 07, 2011

Em apenas duas horas...

Mais daqui até haver um bocadinho de tempo...




A raridade do amor ainda se faz sentir, felizmente.

quarta-feira, junho 01, 2011

A não perder! O que é ?



                                     FENÓMENO Planking


    Pés juntos e esticados, cara no chão, braços colados ao corpo: é o PLANKING!


      A origem do fenómeno é complexa.


      Stéphanie Delepeau, de 25 anos, diz que o planking nasceu numa noite de delírio, entre amigas.Tiravam fotografias deitadas por terra quando, de repente, se lembraram de ir fazer o mesmo para a rua para surpreender os transeuntes. Depressa se propagou pelo mundo inteiro, já que as fotos circulam no Facebook. Uma amiga desta, numa viagem às cataratas do Niagara  fez planking e provocou a admiração de todos os turistas, nomeadamente, dos chineses que tomaram aquilo como sendo um costume ocidental. Passado pouco tempo, todos os chineses estavam deitados no chão, de barriga para baixo, diante daquela magnífica paisagem. Esta é a anedota que melhor clarifica o paradoxo do planking, pois quem o faz pretende chamar a atenção para si, mas o que acaba por acontecer é que aqueles que olham para o fenómeno não se vão limitar a olhar, mas vão, sim, imitar.
     O sociólogo Selon Olivier Glassey diz que o planking resulta do encontro entre três fenómenos. O primeiro, o protagonismo da cena a par do perigo, o segundo, a facilidade actual de produção e partilha das imagens e, por fim,  a moda dos "flash mobs". Mas em suma, o planking revela sobretudo o espectáculo de si próprio. Passa-se do público da rua para o público na web, pertence-se a uma comunidade de desconhecidos e de comentários.
 Mas se o planking começou de forma inocente e lúdica, ele já provocou mortes. Pôr-se em perigo é, também, uma aprendizagem, aquela dos limites. Alguns vão longe de mais, denotando uma conduta suicida. Corpos sem expressão, próximos dos robots ou do mobiliário, que se colam aos bancos, às estradas, às escadas, ou aos candeeiros,  apropriam-se de um local e tornam-se, num clic, numa parte da decoração. Desencarnar-se para dar corpo à cidade, fundir-se no ambiente urbano, é talvez uma nova forma de misticismo.


http://youtu.be/tRHnTFesv7c  ( a não perder).

In Le Matin Dimanche