“O QUE SÃO ROSAS, MALMEQUERES OU CRAVOS todos sabem. Mas quantas flores conhecemos?
São inúmeras as flores com que nos deparamos em plena capital de que nada sabemos. Alegram o nosso espaço, quebram o cimento, mas são simplesmente flores. Anónimas. Sem história. Sem identidade.
Pois as flores citadinas têm muito que se lhe diga. Algumas delas provêm de árvores e mostram-se à vez. A flor das olaias é das primeiras a aparecer com o seu tom rosa arroxeado; depois, dá-se o despertar da flor dos castanheiros da Índia vermelhos e a dos jacarandás; segue-se a das catalpas.
Existem igualmente as buganvílias, as lantanas, os ibiscos, os agapantos ou também denominados lírios do Nilo… – a título de curiosidade, há quem diga que este nome se deve ao seu formato (um caule comprido, como se fosse o rio oriundo no interior de África desaguando no Mediterrâneo num delta de pétalas).
Há tantas outras… Agora que escrevo, num verão avançado, quem está a realçar o ar da sua graça, são as yuccas com umas flores brancas em cachos.
O desconhecimento generalizado é desmerecido. É de todos o direito de conseguir ver, apreciar, encantar com as peças de arte trazidas pelo avançar das semanas.
Pagamos para vermos pinturas ou esculturas. As flores da nossa cidade são igualmente formas artísticas. São o resultado do esmero da natureza e dos senhores e senhoras que tomam conta dos nossos jardins.
Porque não as conhecemos? Porque olhamos, mas não as vemos?
A resposta parece-me simples: tal não nos foi incutido!
Não seria de ensinar as crianças acerca das plantas que nos rodeiam? Vejo os miúdos a aprender acerca de um rol de animais: da savana africana, às zonas gélidas do Ártico. Já as flores do jardim ali do lado…
Não seria também de ultrapassar o anonimato com uma maior identificação das plantas nos nossos jardins, e com a divulgação mais abrangente das suas especificidades, curiosidades, perfumes e relações com outros seres?
É que Natureza, Arte e Conhecimento ligam tão bem…”
Porque não sabemos o nome
Tenho de exclamar apenas:
“Quantas flores amarelas!”
Paulo Franchetti
(Opinião, Ana Penha)
Ana Penha é Engenheira do Ambiente com 15 anos de experiência profissional. Estudou na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, e tem um Mestrado em Economia e Política da Energia e do Ambiente no ISEG, um Executive MBA no ISG, e um Master of Science in Energy Management ministrado na Bodø University College (Noruega) e na MGIMO – Moscow State Institute of International Relations (Rússia)
(Opinião, Ana Penha)
Ana Penha é Engenheira do Ambiente com 15 anos de experiência profissional. Estudou na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, e tem um Mestrado em Economia e Política da Energia e do Ambiente no ISEG, um Executive MBA no ISG, e um Master of Science in Energy Management ministrado na Bodø University College (Noruega) e na MGIMO – Moscow State Institute of International Relations (Rússia)
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