Em Fevereiro de 2016, um dos locais mais remotos do mundo, a Ilha de Santa Helena, deverá inaugurar o seu primeiro aeroporto. O projecto é polémico: a ilha é um dos pontos mais belos e ainda inalterados do Planeta, um local com apenas 4.200 habitantes e que terá um aeroporto pago pelo dinheiro dos contribuintes britânicos. Durante um período de forte austeridade, leia-se.
O projecto vale €300 milhões (R$ 810 milhões) e poderá pôr em causa a beleza de um local tão inóspito que nem os piratas o descobriram – a ilha foi encontrada pelos portugueses em 1502, mas é sobretudo conhecida por ter acolhido Napoleão no exílio – de 1815 até à sua morte, em 1821.
A ilha recebeu 800 visitantes em 2012, mas este número irá mudar. “Não aconteceu nada aqui nos últimos 30 anos”, explicou ao Financial Times o empreendedor sul-africano Duncan Grindley, que quer construir aldeamentos e caminhos pedonais.
Segundo as empresas que vão gerir o aeroporto, este receberá 800 pessoas por semana de 2016 a 2020. A população, porém, não está convencida. “Há muito negativismo acerca do aeroporto. As pessoas têm de mudar. Temos de ver isto como nosso e não esperar que os outros venham mandar na ilha”, explicou Pat Williams, bancária.
Na verdade, os 4.000 habitantes da ilha conhecem-se todos, e muitos deles acreditam que este espírito será quebrado com a abertura ao turismo global. Outros, porém, acreditam que o turismo de natureza – a ilha não tem as praias da Caraíbas, por exemplo – poderá ser positivo para a comunidade. Esta é, de resto, a eterna dúvida entre o desenvolvimento e a preservação da natureza. Qual a sua opinião?
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