Mas, apesar das limitações orçamentais de cada família, existem sempre algumas medidas que podem ajudar a evitar o "desperdício", a prevenir gastos extraordinários ou mesmo contornar alguns contratempos. Para ajudá-lo nesta missão, o Diário Económico compilou 15 ideias que podem aliviar o seu orçamento na quadra natalícia.
1- Definir um orçamento e fazer uma lista de prendas Um dos maiores "pesadelos" da época natalícia é a compra de presentes prendas. Este ano, esta missão será ainda mais difícil para muitas famílias que se vêem confrontadas com orçamentos mais apertados. Uma forma de impedir que os gastos com presentes se descontrolem perante as tentações, é estipular previamente um orçamento de quanto pretende gastar. Elabore também uma lista com as pessoas a presentear de acordo com o montante que pretende despender em cada caso. Estipule, por exemplo, um valor para adultos e outro para crianças.
2- Evite compras de última hora Adiar a decisão pode ser um dos principais inimigos de quem pretende poupar e cumprir com o orçamento na compra dos presentes. Nessa altura, o leque de opções é mais restrito, bem como é mais fácil ceder a uma compra precipitada devido à pressa e ao facto das lojas e dos centros comerciais estarem apinhados de clientes. Outro erro que deve evitar cometer é levar consigo as crianças. Para além de facilmente se aborrecerem e de o "ajudarem" em compras precipitadas, provavelmente também levará para casa mais compras do que o previamente definido.
3- Pense e pesquise antes de comprar Uma estratégia que também poderá ajudar a acelerar o processo de compra, bem como a poupar algum dinheiro, é pensar e pesquisar previamente potenciais prendas a oferecer. Neste e âmbito, a internet e os sites comparadores de preços podem ser importantes aliados. Visite as lojas ‘online' e consulte posteriormente os sites comparadores de preços para comparar e identificar os produtos mais em conta. Estes comparadores de preços abrangem um grande leque de produtos: informática, telemóveis, televisores, equipamento de imagem e som, DVD e vídeo, Hi-Fi ou leitores de mp3. Mas também livros ou mesmo artigos de puericultura. O site www.kuantokusta.pt é um dos mais utilizados em Portugal, mas existem outros. É o caso, por exemplo, do site www.shopmania.pt e do www.precos.com.pt. Mas o mesmo tipo de exercício pode ser feito a nível internacional, através de portais como www.pricegrabber.com ou www.shop.com.
4- Aproveite os descontos dos sites de compras colectivas Ao pesquisar no Google com a palavra "descontos", sem surpresa, os primeiros resultados são inundados por nomes de sites de compras colectivas. Nestes sites conseguem-se descontos que podem chegar a 90% na aquisição de produtos ou serviços que são ideais para oferecer no Natal. Estadias em hotéis, ‘vouchers' para restaurantes, espectáculos, ‘spas', serviços de beleza ou mesmo descontos em lojas de roupa, são apenas alguns exemplos. O sistema de funcionamento é simples. Basta inscrever-se para passar a receber diariamente na caixa do seu correio electrónico as ofertas diárias do site. O desconto é obtido após um número mínimo de pessoas ter realizado a compra ‘online'. Se esse número mínimo não for atingido a operação não se concretiza. As ofertas são limitadas no tempo e em quantidade, por isso por vezes é necessário agir rapidamente. Entre os sites mais conhecidos a oferecer este tipo de serviço incluem-se: www.groupon.pt, www.letsbonus.com, www.cardume.pt ou www.odisseias.pt.
5- Atenção aos prazos nas compras ‘online' Por mais práticas e rentáveis que possam ser as compras através da "rede", tenha em atenção os prazos de devolução ou de reclamação, para procurar regularizar uma aquisição que não o tenha satisfeito. Lembre-se que, em Outubro de 2011 surgiu uma directiva comunitária que estipula um prazo de 14 dias para a devolução de compras efectuadas pela internet, por catálogo ou por telefone. Não se esqueça também de guardar o comprovativo da compra e a referência da mesma para que a possa indicar em caso de necessidade/reclamação junto da loja ‘online'.
6- Cuidado com encargos adicionais nas compras ‘online' Por mais tentador que o preço de aquisição de um produto ou serviço através da internet pareça, tenha o cuidado de confirmar se existem despesas adicionais como impostos aduaneiros, IVA ou custos de envio. Tenha em atenção que se for às compras dentro do espaço europeu pode poupar muitos euros, mas se por exemplo adquirir o produto numa loja dos Estados Unidos corre o risco de, após aplicadas as taxas alfandegárias, pagar mais do que se fosse a uma loja em Portugal. A boa notícia é que para encomendas fora da zona euro com valor até 150 euros não paga direitos aduaneiros. Para saber quanto é que pode ter de pagar consulte o site da Autoridade Tributária e Aduaneira. Preste ainda atenção aos prazos de entregas previstos, para prevenir que a sua encomenda não lhe chegue às mãos já depois do Natal.
7- Navegue em segurança Apesar da internet ser uma ferramenta muito cómoda, ou mesmo rentável para fazer compras, também pode representar uma ameaça para o seu bolso. Uma delas relaciona-se com a fidedignidade da loja ‘online' na qual está a fazer compras. Caso o site não disponibilize uma morada ou um número de telefone fixo para contactos, bem como informações sobre a sua política de privacidade e de segurança, desconfie da sua idoneidade. Uma forma complementar de verificar a idoneidade de um site onde nunca efectuou uma compra é através da partilha de experiências. Deve ainda pesquisar na internet pelo nome da empresa ou procurar em fóruns de discussão se alguém já teve razões de queixa em relação à empresa. Mas estas não são as únicas cautelas a ter em consideração. A Associação Portuguesa de Bancos (APB), emitiu há alguns dias um comunicado a alertar para as principais cautelas que devem ser tidas em conta no processo que envolve as compras através da internet. Estas podem ser consultadas no site da APB.
8- Pagamentos seguros na "rede" Depois de escolher os produtos que pretende comprar na internet, segue-se o respectivo pagamento. Certifique-se que o site lhe pede apenas as informações necessárias para concluir a compra. Uma das formas de pagamento habituais é o cartão de crédito. Se puder, evite esse método de pagamento, já que implica a divulgação de dados financeiros pessoais que podem ser utilizados posteriormente de forma fraudulenta. Para evitar esta exposição, opte por utilizar o MBNet ou o Paypal. O MBNet permite a criação de cartões virtuais que podem ser utilizados como meio de pagamento sem que tenha de disponibilizar a sua informação financeira. Já o Paypal é um sistema que funciona como um intermediário entre si e o site no qual faz as suas compras, o que permite que os seus dados bancários não sejam divulgados ao vendedor.
9- Corte na lista de presentes Como o Natal é das crianças, uma das formas para poupar dinheiro é os adultos combinarem não oferecerem presentes entre si. Mas, caso os mais crescidos não queiram abdicar dos presentes no sapatinho, sempre podem optar por fazer ofertas em conjunto com outras pessoas. Como o valor é dividido entre todos, todos poupam dinheiro. Outra técnica que pode utilizar é fazer um "amigo secreto". Outra alternativa passa por ser a própria pessoa a fazer os presentes de Natal. Para além de poupar dinheiro, é também uma oportunidade para mostrar a sua habilidade. Há quem faça acessórios de moda, confeccione bombons, biscoitos ou compotas. Outra alternativa é comprar alguns produtos "gourmet" e preparar um cabaz de Natal vistoso para oferecer.
10- Deixe o cartão de crédito em casa Por mais tentador que seja, evite utilizar o cartão de crédito para pagar os presentes de Natal. Para além da sua utilização lhe dar uma noção errada da sua disponibilidade financeira, poderá levá-lo a ter custos acrescidos com o pagamento de juros. Recorde-se que as taxas de juro pela utilização do crédito podem ser proibitivas. Em muitos cartões de crédito, as taxas de juro superam os 20% e podem em alguns casos atingir valores próximos dos 30%.
11- Adiar os presentes de Natal Os tempos são de crise, pelo que já há muitas lojas a colocar os seus artigos em promoção. Mas, se esperar pela época dos saldos após a quadra natalícia, o mais provável é que consiga adquirir alguns presentes ainda mais em conta para oferecer a quem não se importe ou prefira abrir os presentes no Dia de Reis.
12- Poupar nas compras de supermercado Em tempos de austeridade adequam-se medidas de austeridade e isso também se pode aplicar na ceia de Natal. Para conseguir concretizá-lo, comece logo por poupar nas compras do supermercado. Antes de mais, perca algum tempo a comparar preços entre as diversas cadeias para conseguir os produtos mais em conta. Segundo um estudo comparativo dos preços praticados da Deco divulgado em Setembro, para o mesmo cabaz de compras, a escolha do supermercado mais barato permitia uma poupança de 435 euros face ao mais caro A opção por produtos de marca branca são também uma forma de poupar dinheiro. De acordo com a Deco, é possível poupar em média, 33% face às designadas marcas de referência.
13- Ceia Partilhada Mesa farta é uma expressão que dificilmente se pode dissociar da quadra natalícia, pelo que facilmente o orçamento para compor a mesa da consoada pode duplicar ou até triplicar. Para evitar sobrecarregar a sua carteira, peça a cada convidado para contribuir para a sua preparação, levando uma entrada, um acompanhamento, um salgado, um doce ou as bebidas, por exemplo. Para além de conseguir organizar uma refeição muito económica, será também uma boa oportunidade para experimentar paladares e especialidades novas.
14- Evite viajar nesta quadra Há quem escolha o final do ano para gozar um merecido descanso e partir em viagem. Contudo, esta poderá não ser a melhor opção. Esta quadra coincide com um dos períodos de época alta na marcação de destinos de férias, pelo que será mais difícil encontrar pacotes em conta.
15- Guarde parte do subsídio de Natal Já há muitos portugueses que não vão receber o subsídio de Natal este ano. Para aqueles que ainda beneficiam desse privilégio, os especialistas aconselham a colocar pelo menos parte do subsídio numa reserva de emergência para fazer face a imprevistos que possam surgir numa época de crise. Apesar da remuneração dos depósitos a prazo registar uma tendência de queda ao longo dos últimos meses, podem ser uma alternativa para depositar esse montante. A Deco aconselha a quem receber algum dinheiro no sapatinho a aproveitar os superdepósitos da banca ‘online', referindo o caso do Best, que oferece uma taxa de 3,5% num depósito a três meses, bem como o BiG que remunera a 3,3% para o mesmo prazo ou o ActivoBank que oferece 2,8% num depósito a um ano.