Fundação Saramago abre portas na Casa dos Bicos Muito foi o trabalho da mulher do Nobel da Literatura, Pilar del Rio, desde que foi descarregado frente à Casa dos Bicos o espólio de José Saramago vindo de Lanzarote.
Mas com a velocidade possivel e muito esforço e dedicação de todos a Fundação Saramago abriu as portas ao público neste dia de festa para Lisboa, dia de Santo António, numa Casa dos Bicos remodelada e extremamente funcional.
As obras feitas no último ano foram da responsabilidade dos arquitectos Manuel C. Vicente e João Santa-Rita.
E na Fundação Saramago, a nova casa do escritor, escontramos o essencial da biblioteca de Saramago, tudo tratado com o carinho que Pilar tinha e mantém pelo seu marido.
Sala de conferências, de concertos e de reflexão é o espaço situado no terceiro piso.
A discussão é necessária e sem ela não se faz luz, lembramos, de frases que ouvimos ao escritor.
Os cartazes de Saramago que lembram as suas obras, forram as paredes e uma estante acolhe as edições, nas mais variadas línguas, dos livros do prémio Nobel, desde o sueco, passando pelo japonês, espanhol, inglês ou hindi.
Uma secretária que pertenceu ao antigo primeiro-ministro Vasco Gonçalves, juntamente com os seus apontamentos, agendas, livros e a pasta que usou enquanto chefe do Governo, completam o mobiliário deste piso.
Mas a história de Saramago está no primeiro piso. As primeiras edições dos seus livros, destacando-se o “Memorial do Convento” e o desenho da passarola feito pelo próprio escritor, a máscara de Beethoven descrita em “Claraboia”, ou ainda pequenos escritos no extinto jornal A Capital.
A secretária, com vista para o Tejo, local de trabalho deste homem simples e brilhante que foi Prémio Nobel da Literatura, ali está, testemunho da sua obra.
E, espanto dos espantos ou talvez não, as obras na Casa dos Bicos levaram à descoberta de um pedaço da histórica Muralha Fernandina. A cerimónia de inauguração que aconteceu pelas 11:30 da manhã de 13 de Junho, contou com a presença de Pilar del Rio, António Costa presidente da edilidade que cedeu a Casa dos Bicos à Fundação, num contrato de dez anos e de José Gomez Aguilera, comissário da exposição "José Saramago. A Semente e os Frutos" As intervenções foram breves mas sentidas, tendo sempre presente a grandeza literária de Saramago, num contraponto com a sua humidade e simplicidade. A jornalista Ana Sousa Dias leu uma mensagem de Eduardo Lourenço, retido pelo mistral na Provença, em França. Findas as intervenções houve lugar à inauguração da exposição "José Saramago- a semente e os frutos" Entre os assistentes, vimos Mário Soares, e Maria de Jesus Soares, Manuel Carvalho da Silva, Vasco Graça Moura, Jerónimo de Sousa. Este último lembrou a firmeza de carácter de José Saramago, sempre firme nos seus ideais, um homem de força e vontade inquebrantaveis. Saramago regressou a Portugal e agora veio para ficar! |
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quinta-feira, junho 14, 2012
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